Está chovendo
Está chovendo. O vento uiva em seu ouvido. Seus cabelos dançam com os movimentos do ar. Mas ela não pode parar de correr. Sentia seus pés, inchados, pedirem por uma trégua. Sua canela, não sentia mais. Suas pernas estavam estalando de dor, mas parar, NÃO!
A floresta parecia que a engoliria na escuridão. Somente alguns pequenos feixes de luzes, vindos da lua, que passavam pelas copas das árvores, evitavam que ela tropeçasse.
De repente, ela sente uma dor dilacerante em suas costas. Cai. Seu delicado e ensangüentado rosto bate com extrema força numa raiz elevada de uma árvore. A dor começa a percorrer seus músculos. Dores insuportáveis tomam conta, e percorrem todas suas entranhas. Ela tenta resistir, mas a dor em seu corpo é mais forte, principalmente de suas costas. Sentiu sangue quente escorrendo pelas suas costas exposta.
Vultos cortavam a escuridão e as linhas d’água formadas pela chuva torrencial. Em seu radar , podiam ver a presa. Fez um sinal e aceleraram.
Cada vez que chegavam mais perto, podiam sentir o cheiro de sangue e de medo mais fortes.
Agora, a presa é avistada a olho nu. Preparam o ataque.
Agora!
Os barulhos de uma lâmina e de um grito interromperam a paz que a chuva proporcionava. Mas o inesperado grito masculino fez com que todos parassem.
Perceberam então o tamanho erro que haviam cometido…
De repente uma luz branca e intensa corta o silêncio fazendo com que a chuva e as poças d’água evaporem e os arremessam contra várias árvores. Eles sentem suas peles queimando e suas roupas se colando com seus corpos. Começam a sublimar. Sentem cada parte de seus corpos se desintegrarem com a onda de calor branca.
Corium Sistolum Patrono
Ela dá as costas e continua freneticamente a correr, pois não pode parar.
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